Embaixador Carlos Alberto Fonseca homenageia Nacionalista Paulo Lara

O Embaixador de Angola em Portugal, S. Exa Carlos Alberto Fonseca, participou hoje, na cidade do Porto, nas exéquias e à cremação do General Paulo Lara, falecido terça-feira vítima de doença aos 65 anos de idade, seguindo as cinzas do corpo sábado para Luanda.

Acompanhado pela Cônsul-Geral de Angola no Porto, S.Exa. Isabel Godinho, pelo Adido Militar, Coronel José Abrantes, e por diplomatas angolanos acreditados em Portugal, o Embaixador Carlos Alberto Fonseca confortou a família do General Paulo Lara e assinou o livro de honra, onde recordou o percurso do malogrado nacionalista.

O General Paulo Pfluger Barreto Lara, envolveu-se de corpo e alma na causa do nacionalismo angolano ao lado do seu pai, o malogrado nacionalista Lúcio Lara, destacando-se também nos órgãos castrenses, onde iniciou carreira em 1972, na província de Cabinda. O General Paulo Lara era formado em Ciências Militares e Relações Internacionais, tendo-se dedicado à docência.

Biografia 

Paulo Lara (1956-2022) General da Forças Armadas Angolanas, era filho de Lúcio Lara, um dos dirigentes da luta de libertação de Angola e de Ruth Pflüger Lara. A infância foi passada com os pais no exílio, nomeadamente no Congo-Brazzaville, onde fez os estudos primários e secundários.

Fez a sua formação especializada em Cuba (1975-1976) e na ex-União Soviética (1981-1985). Desempenhou diversos cargos na hierarquia militar, com acções no terreno de batalha, mas também a nível de análise e estratégia e na reestruturação das Forças Armadas.

De 1989 a 1991, já Tenente-Coronel, foi Chefe Adjunto da Direcção de Operações do Estado-maior General. Após 1991, com o fim da guerra, Paulo Lara fez parte da Subcomissão militar das FAPLA para formação das Forças Armadas Angolanas. Com a patente de Tenente-General foi nomeado Chefe da Divisão de Operações do Estado-Maior General.

Com o retorno à guerra em 1992, veio a ser Chefe da Divisão de Planeamento e Organização do Estado-maior General e nos anos seguintes cumpriu várias missões, não só em Angola (“Operação Restauro”, “Operação Hexágono”, “Operação Triângulo”) como na RDC (Lubumbashy e Kinshasa) e na República do Congo (Brazzaville). Promovido a General em 2003, optou por interromper a sua actividade militar para concluir o curso de Relações Internacionais.

Dedicou-se sobretudo à recolha de documentação e testemunhos sobre a luta pela independência de Angola, sendo co-fundador e um dos principais impulsionadores da Associação Tchiweka de Documentação (ATD).

Dirigiu o Projecto “Angola – Nos Trilhos da Independência” da ATD, com a colaboração da produtora audiovisual Geração 80, e foi coprodutor do Documentário “Independência” (Prémio Nacional de Cultura e Artes em 2016).

Participou em Conferências relacionadas com História da Luta de Libertação nomeadamente em Angola, Cabo-Verde, Guiné-Bissau, Timor-Leste e Portugal. Nos últimos anos, investiu grande parte do seu tempo na criação do Portal da Associação Tchiweka de Documentação para consulta livre de documentos, fotografias, filmes e entrevistas sobre a Luta de Libertação Nacional (www.tchiweka.org).

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