Embaixador Marcos Barrica apela à defesa da identidade e cultura angolanas

Foto: Angop

Foto: Angop

O embaixador angolano em Portugal, José Marcos Barrica, apelou, neste sábado, na Moita, arredores de Setúbal, à comunidade angolana para “continuar a defender a identidade e cultura angolanas, em honra aos heróicos combatentes angolanos”.

No acto central do 13º aniversário da Paz e da Reconciliação Nacional, junto da comunidade angolana, Marcos Barrica defendeu ainda a unidade e a solidariedade, “que podem se resumir em pequenos gestos no dia-a-dia, porque a paz está dentro de nós”.

“Sendo a guerra um passado que não podemos repetir, devemos todos lutar para preservar a paz”, assim como “defendermos o bom nome e a imagem de Angola, através do civismo”, adiantou Marcos Barrica, perante cerca de duas mil pessoas vindas de diferentes pontos de Portugal.

O pronunciamento do diplomata angolano foi precedido da leitura de mensagens de crianças, jovens e mulheres da comunidade angolana em Portugal, expondo algumas preocupações com que se deparam e respondidas “prontamente” pela cônsul-geral de Angola em Lisboa, Cecília Baptista.

Na sua intervenção, depois de fazer uma retrospectiva dos êxitos alcançados pelo país nos 13 anos de paz, Cecília Baptista reconheceu algumas dificuldades, mas disse que o Consulado Geral de Angola em Lisboa “está pronto a trabalhar para a resolução da situação dos cidadãos indocumentados”.

Entre as tarefas levadas a cabo pelo Consulado Geral de Angola em Lisboa junto da diáspora angolana, destacou a realização periódica de visitas domiciliária e carcerária, com destaque para o apoio judicial, assim como a “ajuda pontual dada aos cidadãos desprovidos de condições de regresso ao país”.

“Sempre que somos solicitados, estamos atentos a todos os problemas”, disse Cecília Baptista, que aproveitou a ocasião para apelar aos jovens estudantes a se dedicarem aos estudos e regressarem “imediatamente” à Angola para contribuírem no desenvolvimento do país.

A responsável declarou que o cidadão só pode beneficiar do estatuto de imigrante em Portugal se estiver legalizado, lembrando a realização, uma vez por mês, de actos consulares gratuitos para permitir a renovação ou emissão de passaporte nacional.

Na sua mensagem, as crianças angolanas em Portugal manifestaram-se preocupadas com a situação de desempregado de muitos dos seus progenitores, que se encontram desprovidos de recursos financeiros, o que os limita não só na aquisição do título de viagem para Angola, a fim de actualizarem a sua documentação, como agrava o risco dos seus descendentes coabitarem em situação monoparental.

Por sua vez, a Juventude angolana em Portugal pediu a concessão de bolsas de estudo para o ensino superior, devido o facto de a crise económica no país de acolhimento ter provocado “inúmeras disfunções familiares”.

“É sabido que actualmente existem constrangimentos provocados pela queda do preço de petróleo. Contudo, acreditamos que o Presidente José Eduardo dos Santos, com a visão estratégica que lhe é caracterizada, saberá levar a bom termo as nossas inquietações”, auguraram os jovens.

Já as mulheres angolanas em Portugal, encorajam “o empenho de todos no trabalho comum em prol da união, coesão, tolerância e concórdia entre os angolanos, visando garantir a consolidação da paz, da democracia, reconciliação e bem-estar social”.

Assistido também pelo presidente da Câmara Municipal da Moita, Rui Garcia, e por diferentes entidades religiosas, o acto central foi animado com momentos de música, dança, teatro e mostra de pintura e demonstração pictórica.

FacebookTwitterGoogle+