Executivo quer reduzir actual taxa de mortalidade de acidentes de viação

O Executivo pretende baixar a taxa actual de 26.9 de mortalidade nas estradas para, pelo menos, 18.2 mortos por 100.000 habitantes até ao final de 2022, de acordo com a Estratégia Nacional de Prevenção e Segurança.

Este dado foi apresentado, sexta-feira (11), em Luanda, na I Reunião Ordinária do Conselho Nacional de Viação e Ordenamento de Trânsito (CNVOT), orientada pelo Vice-Presidente da República, Bornito de Sousa.O Conselho procedeu ao balanço da Estratégia Nacional de Prevenção e Segurança Rodoviária 2019/2022, para, por um lado, inverter a tendência crescente da sinistralidade rodoviária e, por outro, promover uma cultura de educação rodoviária e elevar os níveis de segurança nas estradas.

Nas estratégias consta ainda que Angola propõe, em 2022, reduzir as vítimas de acidentes de viação em linha com as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) e posicionar-se no “ranking” dos dez países de África, com menor taxa de mortalidade na SADC.

Durante o encontro, foi apresentado o Relatório sobre a Sinistralidade Rodoviária referente a 2021, que, comparativamente ao período homólogo, registou 12.226 (+2.433) acidentes, 2.648 (+734) mortos e 12.922 (+2.580) feridos.

O aumento no país dos principais indicadores de sinistralidade rodoviária é sublinhado no relatório e indica que Luanda é a província com mais casos (2.884), seguida da Huíla (1.401), Benguela (1.026), Huambo (921) e Bié (594).

Quanto às causas dos acidentes, destaca, entre outros, o excesso de velocidade, a falta de iluminação nas vias, o mau estado técnico dos veículos, a condução em estado de embriaguez, a ultrapassagem irregular, a má travessia de peões, o mau estado de algumas vias e o uso de telemóvel no exercício da condução.

O comandante-geral da Polícia Nacional, Arnaldo Carlos, justificou que as medidas em curso tendem ao reforço do rigor nas acções de fiscalização e formação dos condutores, pois os acidentes, de um modo geral, têm relação directa com o homem. Acrescentou que é preciso, igualmente, melhorar a condição das vias e maior aposta na aquisição de equipamentos.

“Grande parte das vítimas de acidentes são motoristas e peões. Por esse motivo, vamos trabalhar, também, com as instituições escolares. Precisamos informar às pessoas que devem atravessar nas passadeiras e andar nas pedonais para evitar arriscar a própria vida. O objectivo é reduzir o número de acidentes”, disse.

Infra-estruturas rodoviárias

Sobre o Programa de Reabilitação das Infra-estruturas Rodoviárias (PRIR), voltado para a reabilitação da rede rodoviária do país, e para o desenvolvimento de infra-estruturas que permitam a integração regional na Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), o Conselho foi informado que, de 2006 a 2020, foram asfaltados 14.504 quilómetros de estrada em Angola.

Dos projectos de reabilitação de infra-estruturas rodoviárias em curso desde 2021, consta a construção de 20 pontes, aquisição de uma ponte metálica, construção e reabilitação de 900 quilómetros e manutenção e conservação de 1824 quilómetros de um total de 84 estradas e a reabilitação de 4 estradas terraplanadas.

Mobilidade urbana

O Plano de Medidas para a Melhoria da Mobilidade Urbana de Luanda, que comporta projectos de reforço do quadro regulamentar dos transportes públicos, reordenamento dos transportes regulares de passageiros e do transporte ferroviário urbano de passageiros, bem como de melhoria das infra-estruturas rodoviárias, foi, igualmente, analisado no encontro.

Énio Costa, representante do Ministério dos Transportes, disse à imprensa que foram adiantadas várias acções relacionadas com a regulamentação sobre a mobilidade urbana que tem sido desenvolvida, com realce para a recente regulamentação de transportes de passageiros, aprovada em Dezembro de 2020, que consiste no novo modelo de exploração de transporte urbano sob gestão dos Governos provinciais.

A preocupação do Conselho, frisou, prende-se com a vandalização dos meios e à melhoria das infra-estruturas, mas, para isso, estão a ser tomadas medidas no sentido de aumentar o número de autocarros e atender a população.

Por outro lado, falou-se da questão da extensão da linha de comboios até Catete: “Já temos assistido várias pessoas a habitar naquela artéria da cidade. Há uma recomendação para que o Ministério dos Transportes crie condições para que o comboio chegue àquela circunscrição”.

Sobre a situação dos transportes marítimos em Luanda, Énio Costa disse: “Existem algumas acções que se prendem com a ligação dos catamarãs de modo a ajudar as pessoas que fazem a travessia constante”.

Carteira profissional para moto-táxis

Projecto de Regulamento da Actividade de Moto-Táxi, documento elaborado com o objectivo de regulamentar o exercício da actividade de transporte rodoviário de passageiros e de carga em motociclos e triciclos, também mereceu atenção no encontro.

Énio Costa disse que vários departamentos ministeriais, nomeadamente, do Interior, Finanças, Economia e Planeamento, Administração e Território, MAPTSS, associações e gabinetes provinciais, tudo fizeram para recolher contributos para regulamentar o serviço de moto-táxi.

O regulamento tem como novidade a profissionalização do serviço de moto-táxi, que vai ser licenciado e gerido a nível dos municípios. O objectivo é fazer com que os operadores de moto-táxis tenham em conta as condições e as regras de segurança rodoviária para operarem, segundo o representante do Ministério dos Transportes.

Os membros do Conselho apreciaram, igualmente, o Plano de Comunicação sobre sinistralidade rodoviária, destinado a esclarecer os cidadãos sobre as acções do Governo.

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