Fazendas contribuem com 18 mil toneladas de arroz
Dezoito mil toneladas de arroz foram comercializadas, este ano, pelos produtores agrícolas do sector comercial de Malanje, nas províncias de Luanda, Lunda Norte e Lunda Sul, no âmbito da política de redução da importação de bens da cesta básica.
Os dois grandes produtores de arroz estão localizados no município de Cahombo, a 185 quilómetros a norte da cidade de Malanje, nomeadamente as Fazendas Lucky Man e Coshino, com mil hectares e três mil hectares de arroz, respectivamente, cuja produção tem contribuído desde 2019 no aumento da cadeia alimentar do país, afirmou quinta-feira, o director provincial da Agricultura e Pescas, Carlos Chipoia.
De acordo com o responsável, a par do sector comercial, o familiar tem contribuindo também com alguma produção a nível dos municípios de Luquembo e Cambundi-catembo, onde foram colhidas 500 toneladas do referido cereal.
Por fazer parte dos produtos que compõem a cesta básica, disse estar-se a elaborar estratégias para aumentar ainda mais a produção de arroz, começando por se elevar o número de fornecedores de fertilizantes, sementes, fito-fármacos e outros meios, o que vai ajudar na diminuição significativa da importação de arroz.
Segundo o responsável da fazenda Coshino, Costa Caculo, apesar do empenho na produção, a grande dificuldade prende-se com os acessos, que têm dificultado o escoamento do produto nos grandes centros de consumo.
A par disso, a fazenda não dispõe de capacidade para descascar o arroz, por isso comercializa com casca, pelo que está em curso a montagem de 8 secadores com capacidade de secagem de 120 toneladas/dia e de uma fábrica de descasque e empacotamento.
Enquanto isso, a fazenda Lucky Man está melhor servida, porquanto dispõe de uma fábrica de descasque e empacotamento, com capacidade para processar 70 toneladas/dia, segundo a directora-geral do empreendimento, You Xiu, que apontou a degradação das vias de cesso como sendo um dos principais empecilhos.
Além do arroz, a fazenda Lucky Man dedica-se também a produção de milho numa área de três mil hectares, onde anualmente são colhidas 18 mil toneladas do produto, quatro mil toneladas de mandioca, que é transformada em fuba de bombo.
Malanje atinge produção de um milhão e 700 mil toneladas de mandioca
De acordo com o director da Agricultura e Pescas, Carlos Chipoia, este ano a província de Malanje prevê atingir a cifra de um milhão e 700 mil toneladas de mandioca, somando a produção do sector familiar e comercial.
A maior parte dessa produção provém do município de Cacuso, consolidando a posição de um dos maiores produtores de mandioca e bata doce no país.
Além da mandioca, assinalou o incremento, este ano, da produção de milho essencialmente no sector comercial com 76 mil toneladas e seis mil toneladas de feijão.
Produtores defendem desburocratização do crédito
Com vista o aumento da produção interna e redução das importações, é fundamental que se dinamize o processo de concessão de crédito aos produtores agrícolas, segundo o proprietário da Fazenda “Benvinda”, localizada no município de Cacuso e destinada na produção de milho e feijão.
Segundo José Augusto Tuca, os produtores ainda têm dificuldades em adquirir meios de produção, devido à morosidade na concessão de crédito, situação que urge solucionar, para que a agricultura ganhe maior pujança.
A mesmo ideia é partilhada pelo responsável da Fazenda JJR, Fernanda Bango, que sublinha a necessidade da burocratização do acesso ao crédito, pelo factor de estar a condicionar o alargamento das áreas de produção de culturas que compõem a cesta básica.
Entende que se deve inverter o quadro, para que se tire o melhor proveito das potencialidades agrícolas da região e “travar” a importação.
A propósito, o director do Gabinete Provincial de Desenvolvimento Económico e Integrado José Domingos, disse que o incremento de produtos da cesta básica faz com que a cadeia produtiva atinja um crescimento económico do país nas várias vertentes, razão pela qual, o Executivo implementou o PRODESI (Programa de Apoio à Produção, Diversificação das Exportações e Substituição das Importações), através do investimento privado, no âmbito do PAC (Programa de Apoio ao Crédito).
Por outro lado, o responsável precisou que para o fomento das exportações, é necessário que os empresários envolvidos nesse processo conheçam primeiro o mercado, com vista a poderem direccionar o tipo de bens e as zonas de exportação, usando a sua capacidade criativa.
“É com base nesta visão do Executivo, que foi aprovado através do decreto presidencial número 23/19, de 14 de Janeiro, o regulamento da cadeia comercial e a oferta de bens da cesta básica e outros bens prioritários de origem nacional”, frisou.
Cento e um projectos ligados ao sector produtivo, destinados à província de Malanje, deram entrada aos Bancos comerciais para aquisição de financiamentos no âmbito do PAC (Programa de Apoio ao Crédito), afirmou o director, tendo realçado que deste número, apenas um afecto à Fazenda Luck-Man, foi financiado com vista ao aumento da produção de arroz e frutas em grandes escalas, no município de Cahombo.