FMI valoriza esforços do Governo angolano
O Conselho-Executivo do Fundo Monetário Internacional (FMI) valorizou os esforços do Governo angolano na sua luta pela estabilização económica, declarou, quarta-feira, em Luanda, o ministro das Finanças, Archer Mangueira.
O governante comentava à Rádio Nacional de Angola sobre os resultados da primeira avaliação do Programa de Financiamento Ampliado (PFA), em português, ou Extended Fund Facility (EFF), em inglês, de 3.700 milhões de dólares, decidido pela instituição financeira, em Dezembro de 2018.
Como reconhecimento desse desempenho, o Conselho-Executivo do Fundo Monetário Internacional (FMI) aprovou para Angola a disponibilização de mais uma tranche 248 milhões de dólares, o que eleva para 1.240 milhões de dólares a quantia já entregue ao país, ao abrigo do programa de ajuda, faltando mais 2.460 milhões.
Segundo Archer Mangueira, o FMI considerou “positivos” os resultados do desempenho do Governo angolano, apesar das “incertezas” que se registam nos preços do petróleo no mercado internacional, das condições de financiamento externo “mais restritivas” e do “lento” crescimento económico global.
O ministro das Finanças sublinhou, ainda, que o Conselho-Executivo do FMI encorajou as autoridades angolanas a continuarem com as reformas e a apostarem na diversificação económica e na estabilização do sistema financeiro.
Entre outras recomendações do FMI, Archer Mangueira destacou os esforços de “consolidação orçamental”, traduzidos na melhoria da qualidade da despesa, a redução de subsídios a preços de alguns produtos, bem como a diversificação da receita da base não-petrolífera.
A intensificação dos esforços para se mitigar os riscos que se colocam à sustentabilidade da dívida, a reestruturação das empresas públicas e a melhoria da gestão dos riscos de crédito na banca pública foram outras das recomendações a que chegou o FMI, na sua avaliação.
O empréstimo de 3.700 milhões de dólares do Fundo Monetário Internacional (FMI), contraído por Angola, é o maior, disponibilizado por este organismo a um país da África Sub-sahariana.
O dinheiro visa, fundamentalmente, apoiar as reformas em curso no país africano, com destaque para a consolidação fiscal e estabilidade macroeconómica.
Este pedido de ajuda financeira surge depois do acordo negociado pelo Executivo angolano, em 2008, que culminou, em 2009, com a assinatura do acordo de assistência financeira denominado Acordo Stand-By, no valor de 1.400 milhões de dólares, para fazer face aos desequilíbrios da balança de pagamento, resultante da crise económica e financeira do país.
Os programas de assistência financeira do FMI no continente africano atingiram cerca de seis mil milhões de euros até final de 2017, quatro vezes mais que em 2014.