François Hollande chegou ontem a Angola

Fotografia: Santos Pedro

Fotografia: Santos Pedro

Os Presidentes José Eduardo dos Santos e François Hollande reúnem-se hoje, em privado, no Palácio Presidencial, em Luanda, para uma análise da cooperação bilateral e impulsionar a parceria entre os dois Estados.

O encontro decorre em simultâneo com as conversações oficiais entre delegações ministeriais dos dois países. François Hollande encontra-se desde ontem em Luanda, proveniente de Cotonou (Benin), onde efectuou uma visita de algumas horas.
François Hollande recebeu cumprimentos de boas-vindas, no Aeroporto Internacional 4 de Fevereiro, do ministro das Relações Exteriores, Georges Chikoti, do governador provincial de Luanda, Graciano Domingos, e de membros da representação diplomática francesa acreditada em Angola.
As relações entre os dois Estados consolidaram-se desde a visita oficial do Presidente da República, José Eduardo dos Santos, a França, em Abril do ano passado, durante a qual foram estabelecidas as bases para uma parceria renovada à volta de uma cooperação estreita e permanente entre os dois países no domínio da paz e segurança em África.
O embaixador de Angola na França, Miguel Costa, disse à imprensa, no Aeroporto, que os dois Estados estão a virar uma nova página no quadro das relações bilaterais, que qualificou de calorosas e dinâmicas, nos domínios político, diplomático, económico e comercial.
O diplomata angolano falou também das excelentes relações existentes entre os dois países na área da cultura e ciência.
“A vinda ao país do Presidente François Hollande vai reforçar ainda mais os laços de amizade entre os dois povos”, afirmou Miguel Costa, salientando a disponibilidade da França em contribuir para a diversificação da economia angolana.
Miguel Costa lembrou, a propósito, que a França é considerada como a primeira potência agrícola da Europa e possui uma tecnologia avançada nos sectores agro-alimentar, de serviços, seguros, transportes, ambiente, entre outros.
O embaixador angolano sublinhou ainda que os dois países mantêm um diálogo ao nível dos Chefes de Estado e uma concertação no plano bilateral e multilateral, incluindo o espírito de junção de sinergias para permitir a optimização de políticas e iniciativas de interesse recíproco.
Os dois Estados já rubricaram acordos de facilitação de vistos de permanência de profissionais e estagiários, para permitir uma maior circulação de empresários dos dois países, assim como a criação de uma parceria económica reforçada, lembrou o diplomata.
François Hollande trouxe no seu avião o jogador do PSG, Blaize Matuidi, um cidadão franco-angolano, que pretende abrir uma escola de futebol em Angola.

Programa da visita

Após o desembarque, no Aeroporto Internacional 4 de Fevereiro, o Chefe de Estado francês deslocou-se à escola francesa, onde durante cerca de uma hora teve um encontro com a comunidade francesa residente em Angola.
De acordo com o programa da visita, o Presidente François Hollande vai depositar hoje uma coroa de flores no Memorial António Agostinho Neto, mas antes participa no Fórum Económico Empresarial Angola/França e visita a exposição fotográfica “A terra vista do céu”, da autoria do fotógrafo francês Ardthus Bertrand, na Baía de Luanda.

Breve historial

A França foi em 2014 o nono destino das exportações angolanas, com 191,108 mil milhões de kwanzas, e o oitavo país das importações de Angola, num total de 113,480 mil milhões de kwanzas.
Na sua visita de dois dias a Paris, a 29 de Abril de 2014, o Presidente José Eduardo dos Santos, num encontro com meia centena de empresários franceses, lançou o convite ao investimento em Angola, para “diversificar e industrializar a economia angolana e combater as assimetrias regionais, o desemprego e a baixa qualificação técnica e profissional”.
Segundo números de Paris, cerca de 25.000 franceses trabalham actualmente em Angola, país onde a França é o terceiro maior investidor, com financiamentos nos últimos dez anos de mais de dez mil milhões de euros, sobretudo no sector dos petróleos.
As empresas francesas em Angola também estão presentes no sector não-petrolífero. É o caso da firma Castel, um dos accionistas maioritários da empresa angolana de cervejas Cuca.

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