Governo denuncia acções contra estabilidade no país

Fotografia: Paulo Mulaza

Fotografia: Paulo Mulaza

A campanha de injúria e difamação lançada contra Angola, com a colaboração de políticos e falsos activistas, foi dada a conhecer ontem à delegação de deputados britânicos que visita o país.

A secretária de Estado para a Cooperação do Ministério das Relações Exteriores denunciou ontem em Luanda o desenvolvimento de uma “cruzada de activismo político” contra Angola.
Ângela Bragança, que falava no fim de um encontro com uma delegação de parlamentares britânicos que se encontra de visita a Angola, disse ainda existir uma campanha bem direccionada no sentido de “minar a imagem que Angola conquistou”.
A dirigente angolana afirmou que o crescimento que se regista no país incomoda determinados actores internacionais e lamentou o facto de a oposição não partilhar da opinião segundo a qual se registam melhorias significativas.
“É triste sentir que os angolanos da oposição não partilhem da mesma opinião sobre aquilo que constitui a imagem de Angola no exterior”, disse Ângela Bragança, admitindo, no entanto, que ainda há coisas por fazer. “As dificuldades e desafios que encaramos em algumas áreas são desafios que serão enfrentados no âmbito das políticas que estão delineadas no Programa Nacional de Desenvolvimento, o qual requer a atitude de todos e sobretudo do Estado”, referiu.
O encontro com a delegação parlamentar britânica serviu para fazer uma informação pormenorizada do programa de desenvolvimento, bem como apontar o que se pretende em termos de parceria económica, no que toca à contribuição que Angola espera do Reino Unido, tendo em conta o seu potencial.
Questões de fórum internacional foram também abordadas, como a estabilidade na região e a recente resolução do Parlamento Europeu sobre a situação dos direitos humanos em Angola. “Ouvimos a opinião e os conselhos dos parlamentares britânicos”, disse Ângela Bragança, que acrescentou: “manifestámos também a nossa opinião. Pudemos informar que está a desenvolver-se uma cruzada de activismo político contra Angola, uma campanha bem direccionada no sentido de minar a imagem que Angola conquistou”.
O chefe da delegação parlamentar britânica, David Steel, que já esteve em Angola em 1992, reconheceu os progressos registados pelo país de lá para cá. A secretária de Estado assegurou que o país não tem nada a temer e, por isso, está aberto para qualquer esclarecimento. “Os desafios e dificuldades do processo de consolidação democrática são conhecidos e vão ser resolvidos paulatinamente”, frisou.
O chefe da delegação parlamentar britânica disse que o seu país pretende manter uma forte cooperação com Angola e trazer mais investimento, de modo a contribuir para a diversificação da economia. David Steel adiantou que os deputados britânicos estão interessados em encorajar o investimento privado. Steel apontou o investimento na maquinaria para as empresas petrolíferas como uma das prioridades, mas reconheceu que o sector agrícola é a chave para o desenvolvimento da economia angolana.

Cooperação parlamentar

Antes do encontro com Ângela Bragança, a delegação parlamentar britãnica foi à Assembleia Nacional, onde teve um encontro com os líderes dos grupos parlamentares. Na ocasião, os deputados britânicos, na voz do chefe da delegação, David Steel, manifestaram a disponibilidade do seu Parlamento em colaborar com a Assembleia Nacional na promoção dos direitos humanos no país. Durante o encontro, as duas delegações analisarem a situação dos direitos humanos em Angola, a economia nacional e a liberdade de expressão. O reforço da cooperação entre os Parlamentos dos dois países, bem como a troca de experiências a nível dos grupos nacionais e de acompanhamento da União Inter-Parlamentar (UIP) foram outros assuntos discutidos.
David Steel sublinhou que a UIP é uma organização que  promove o diálogo e a cooperação entre os parlamentos e o Reino Unido tem a possibilidade de estreitar os laços de amizade com Angola, no sentido de desenvolver boas relações de trabalho entre os dois Parlamentos.
Relativamente à organização do Parlamento britânico, indicou que  ele também tem, à semelhança de Angola, partidos e comissões especializadas de trabalho, e um grupo de amizade que lida com as questões de Angola. “O objectivo deste grupo é encorajar o diálogo e a cooperação entre os dois países”, esclareceu David Steel. Numa outra parte da sua intervenção, o parlamentar britânico revelou estar surpreendido com o desenvolvimento e o nível de reconstrução de Angola, tendo em conta o longo período de guerra que o país viveu.

Parlamento Europeu

O recente relatório do Parlamento Europeu também foi abordado durante o encontro com os líderes dos grupos parlamentares, pois a delegação britânica quis ouvir a posição dos deputados angolanos.
Ferreira Pinto, primeiro vice-presidente do grupo parlamentar do MPLA, disse que os deputados angolanos procuraram transmitir aos visitantes que as instituições competentes têm estado a trabalhar para que não haja violação daqueles direitos.
“Fizemos uma informação sobre a situação dos direitos humanos no país, mas também nos preparamos para  a delegação parlamentar britânica poder ser mais bem esclarecida quando tiver encontros com entidades do Governo”, referiu Ferreira Pinto.
O presidente do grupo parlamentar da CASA-CE destacou, por sua vez, a importância da visita dos parlamentares britânicos. André Mendes de Carvalho disse que receber delegações de outros países ajuda a Assembleia Nacional a melhorar o seu modo de organização e o seu estado de funcionamento.
“Miau”, como também é conhecido o deputado, afirmou que o seu grupo parlamentar denunciou aos deputados britânicos supostos atentados contra os direitos humanos e apontou “soluções as coisas melhorarem”.
Os deputados britânicos, que terminam a sua visita na próxima sexta-feira, têm agendados encontros com os ministros da Justiça e dos Direitos Humanos e da Geologia e Minas, e com o presidente da Assembleia Nacional.

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