Governo dialoga com industriais

Aumento da oferta depende de uma indústria forte FOTO: LUCAS NETO

Aumento da oferta depende de uma indústria forte
FOTO: LUCAS NETO

Os Ministérios da Economia e Planeamento e da Indústria promovem, quinta-feira, em Luanda, um encontro de auscultação à classe empresarial da indústria transformadora, num esforço conjunto para tornar este sector um dos maiores contribuintes do crescimento do PIB e o motor das exportações.

A indústria angolana contribui com quatro por cento no Produto Interno Bruto (PIB). Antes da independência, a participação deste sector chegou a ser de 20 por cento.

O encontro, que se realiza no âmbito do Programa de Apoio à Produção, Diversificação das Exportações e Substituição das Importações (PRODESI), acontece numa altura em que as projecções de crescimento do sector para este ano apontam para uma taxa de 1,8 por cento, depois do desempenho negativo de 0,7 por cento de 2017.

O crescimento de 1,8 por cento do sector industrial para 2018 será suportado, em parte, pela entrada em funcionamento de 18 novas unidades fabris em 2017, de acordo com dados do relatório de fundamentação do Orçamento Geral do Estado (2018) em discussão nas comissões de especialidade da Assembleia Nacional.

O declínio da produção na indústria transformadora de quatro porcento da projecção inicial para 0,7 deve-se à continuada crise económica resultante da queda das receitas petrolíferas.

A indústria transformadora foi um dos sectores que mais se ressentiu das consequências do mercado cambial em termos de disponibilização de divisas para satisfação das necessidades do sector, com a importação de equipamentos, matérias-primas e peças sobressalentes.

Apesar de o país depender da importação, em grande medida, dos bens industriais que consome, há indicadores de excedentes no sector das bebidas e cimento, fruto das políticas traçadas e dos investimentos feitos nestes dois sub-sectores da indústria angolana.

A título de exemplo, nos cimentos, o país está com necessidades de seis milhões de toneladas, quando a capacidade instalada das cimenteiras do país já supera as oito milhões de toneladas.

O sector industrial de bebidas cresce três por cento por ano, fruto dos investimentos que tem recebido, e é responsável por cerca de 14 mil postos de trabalho directos e 45 mil indirectos. O país possui mais de 40 empresas de bebidas, como água, refrigerantes e cerveja.

As quantidades produzidas já respondem às necessidades do mercado, três mil milhões de litros por ano.

No quadro do processo de relançamento da actividade industrial no país, estão em curso acções para dinamizar os pólos de desenvolvimento industrial de Viana e Bom Jesus (Luanda), Lucala (Cuanza Norte), Negage (Uíge), Caála (Huambo), Catumbela (Benguela) e Futila (Cabinda).

O PRODESI, no conjunto da sua múltipla esfera de actuação, é um instrumento que visa congregar iniciativas de diversos sectores, visando criar uma nova dinâmica em que o Estado e os privados, de forma sincronizada, interagem no sentido de alterar o estado da economia.

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