GOVERNO DO HUAMBO RECUPERA MAIS DE MIL PEÇAS MUSEOLÓGICAS

Ao confirmar a informação, por ocasião do Dia Internacional dos Museus, que hoje se assinala, o director do Gabinete local da Cultura, Turismo, Juventude e Desporto, Jeremias Piedade Chissanga, disse que a campanha de recolha de peças museológicas, em curso desde 2004, visa restituir ao museu local o seu acervo pilhado durante a guerra.

O responsável disse tratar-se de uma campanha complexa, pois a recuperação do material inclui a gratificação às pessoas que procederem a entrega dos artefactos em sua posse, muitas delas ainda por gratificar.

Jeremias Piedade Chissanga enalteceu o esforço dos cidadãos na conservação e entrega dos artefactos, numa altura em que a instituição debate-se com a falta de dinheiro para gratificá-los.

Referiu tratar-se de um valor avultado que ultrapassa as capacidades  financeiras da instituição que dirige, cujo orçamento foi suspenso em Março de 2020, por orientação do Ministério das Finanças.

Por outro lado, o responsável disse não haver qualquer possibilidade para a retoma das obras de requalificação do Museu do Huambo, iniciadas em 2014 e paralisadas em Março de 2020, em cumprimento da Circular nº 03, do  Ministério das Finanças, que orienta a suspensão de projectos em execução no âmbito do Programa de Investimentos Públicos (PIP).

Porém, referiu ser satisfatório o funcionamento do Museu regional do Huambo em local adaptado, com a disponibilidade de 942 peças diversas, que representam a  arte sacra, etnografia, neomísticas, obras de pinturas, filatelia, medicina e história da ocupação colonial.

Criado em 1956 e inaugurado um ano depois, o Museu do Huambo conserva desde esculturas de madeira, pedra-sabão, bronze e gesso, objectos arqueológicos, máscaras tradicionais, fotogravuras da cidade entre 1912 a 1974, instrumentos rudimentares de caça, pesca e cultivo, plantas, folhas e raízes medicinais, vestuário feito de casca de árvores, utensílios diversos da medicina tradicional.