Japão disponibiliza mais de um milhão de dólares para desminagem

MÁQUINA USADA PARA DESMINAGEM
FOTO: JULINO CAPINGALA
10 Março de 2020 | 17h59 – Actualizado em 10 Março de 2020 | 18h30
Um milhão quinhentos e nove mil e 625 dólares foi disponibilizado, nesta terça-feira, em Luanda, pelo governo japonês para apoiar programas de desminagem no país.
A assinatura dos contratos foi rubricada entre o embaixador japonês em Angola, Hirorori Sawada, com responsáveis de Organizações Não Governamentais (ONG) ligadas ao trabalho de desminagem nas províncias do Cuanza Sul, Cuanza Norte e Moxico.
Para o trabalho de desminagem, ONG MAG, que actua na província do Moxico, recebeu 647.059 dólares e a ONG APACOMINAS, que opera no Moxico, 442.650 dólares.
A ONG APN, que intervém na província do Cuanza Norte, beneficiou de 282.540 dólares, enquanto o Centro de Acolhimento Arnaldo Jansem recebeu 137.376 dólares, para construção de uma escola.
Na ocasião, o embaixador Hirorori Sawada disse que Angola enfrenta o desafio de alcançar a meta de estar livre de minas até 2025 e o Japão sempre apoiou este propósito, através de financiamentos, apetrechamento, formação e transferência de tecnologia.
Segundo o diplomata, com os acordos assinados hoje, a cooperação com Angola neste domínio fica avaliada em mais de 14 milhões de dólares, investidos em 27 projectos de desminagem.
A desminagem, ressaltou, constitui um factor importante para se relançar a actividade económica, principalmente a agricultura, no país.
Realçou que, com o projecto de construção de uma nova escola, o Japão já financiou a edificação de 70 estabelecimentos de ensino em Angola, desde 1990.
Por seu turno, o chefe de Intercâmbio e Cooperação da Comissão Nacional Intersectorial de Desminagem e Assistência Humanitária (CNIDAH), Adriano Gonçalves, que testemunhou o acto, enalteceu o apoio do Japão, no sentido de se acabar com as minas terrestres em Angola.
“Toda ajuda é sempre bem-vinda e o governo japonês tem sido um dos parceiros importante na missão de se acabar com as minas em solo angolano”, frisou.
Fez saber que, a CNIDAH continua a fazer campanhas para angariar mais doadores e persuadir os parceiros que se retiraram de Angola nos últimos dez anos a regressarem.
Destacou o empenho e a colaboração do Japão e da União Europeia (UE) no desafio da desminagem em Angola.
De acordo Adriano Gonçalves, Angola tem 1.147 áreas registadas com minas, num total de 90 milhões de metros quadrados.
Apontou as províncias do Cuando Cubango, Moxico, Bié e Cuanza Sul como as mais afectas pelas minas.