JAPÃO DISPONIBILIZA USD UM MILHÃO PARA DESMINAGEM NO CUANZA SUL
O Governo do Japão disponibilizou um milhão de dólares norte americanos para remoção de engenhos explosivos na província do Cuanza Sul, soube esta sexta-feira a ANGOP.
O dinheiro foi repartido entre as ONG Apacominas, com 800 mil dólares, e APOPO, com 200 mil dólares.
Com este valor, a organização angolana Apacominas desminou, entre Abril de 2020 e Março de 2021, 295 mil 563 metros quadrados, no município da Cela.
Um relatório da referida ONG aponta a remoção de 24 minas antipessoal, 128 uxos e mil e 293 munições diversas, nas comunidades de São José, Quissanga Cungo, Aldeamento 1 e na montanha do Quilembo.
Relativamente, a ONG Apopo, de origem belga, de acordo com o seu relatório, aponta que está a concluir dois campos nas montanhas do Quipuco e Ungombe, município da Cela.
O mesmo documento, que não publica as quantidades de engenhos já removidos e nem a superfície desminada, realça que, neste momento, preparam as condições para a desminagem dos campos no Hotel 2 (Sumbe) e Chol Chol (Porto Amboim).
Para aferir o grau de execução das actividades das duas ONG, está desde quinta-feira no Cuanza Sul o embaixador do Japão em Angola, Jiros Maruhashi.
Em declarações à Imprensa, o embaixador disse que está pela primeira vez no Cuanza Sul a constatar os trabalhos de desminagem financiados pelo seu governo.
O diplomata realçou que ainda existem muitas minas em Angola, por isso o Japão continuará a ajudar, visando estimular a produção agrícola, uma vez que a província do Cuanza Sul tem grandes potencialidades neste sector.
O diplomata, que se encontra de visita de trabalho de dois dias no Cuanza Sul, manteve um encontro com o governador do Cuanza Sul, Job Castelo Capapinha.
Dados oficiais apontam que o Cuanza Sul é a quarta província mais minada do país, com 120 áreas confirmadas, depois do Cuando Cubango (251), Moxico (199) e Bié (122).
Os municípios da Cela, Seles, Quilenda, Ebo e Amboim constam dos mais minados, devido ao conflito armado entre 1961 e 2002.
Operam na desminagem, na província do Cuanza Sul, as ONG CSPR, Apacominas, Halo Trust, INAD, Brigada das FAA e APOPO.
O Plano Estratégico de Acção contra as minas prevê reduzir ou acabar o número de áreas suspeitas e confirmadas até 2025.