Lista vermelha de espécies em consulta
09 Maio de 2018 | 12h34 – Actualizado em 10 Maio de 2018 | 12h47
Uma lista vermelha das espécies da fauna e da flora nacional ameaçadas ou em vias de extinção está em avaliação hoje (quarta-feira), em Luanda, por instituições de investigação científica e do ensino superior.
A lista a ser publicada no Dia Mundial do Ambiente, a assinalar-se a 5 de Junho, faz menção ao estado actual de cada uma das espécies.
Este tratado é sequência de trabalhos do Ministério do Ambiente com o apoio de parceiros. A lista vermelha contempla três categorias: espécies extintas, ameaçadas de extinção e vulneráveis à extinção.
Entre 2007 e 2012, em Angola foi elaborada uma lista vermelha indicativa, mas de mamíferos em estado crítico, na qual se destacam búfalos, chimpanzés, chitas, girafas, gorilas, palanca negra gigante, zebra da montanha, rinoceronte preto, leões e leopardos, pois havia 100 exemplares vivos para cada espécie em todo o país.
Os fenómenos naturais como seca e inundações, desmatamento, caça furtiva, exploração mineira e de inertes, queimadas, pesca ilegal, poluição atmosférica são os principais problemas para a biodiversidade angolana.
Apesar destes problemas, Angola alberga uma biodiversidade rica com biomas como Deserto do Namibe, as bacias do Kwanza, do Okavango/Zambeze, do Zaire e a costa atlântica, que parte de Belize (Cabinda) à foz do rio Cunene.
A três de Abril último, como resultado de uma expedição de conservação da bacia Cubango/Okavango, da National Geographic, realizada entre 2015 e 2016, foram apresentados mil e 50 amostras de plantas, três mil de peixes, 99 de répteis e anfíbios, 407 aves e 43 mamíferos.
Durante a expedição, foram recolhidas mil e cinquenta amostras de plantas, com mais de 40 observadores registadas, sendo 14 delas potencialmente novas e 18 recentemente catalogadas em Angola, incluindo dois novos registos genéricos e 15 espécies nunca anteriormente registadas na província do Bié, 24 no Cuando cubango e 106 no Moxico.
Os peixes são mais de três mil, incluindo 94 espécies inseridas em 14 famílias, das quais cinco anteriormente registadas no sistema Okavango, duas não descritas e outras três representam novos registos para África Austral.
As qualidades não descritas incluem um bagre especializado em viver em zonas pantanosas de turfa e um novo de água doce.
Os répteis e anfíbios atingiram uma cifra de 99 espécies, representando 64 répteis, 30 serpentes, igual número de lagartos, três de quelônios e um crocodilo e 35 anfíbios.
As aves também estão documentadas com 407 espécies, em dois levantamentos em rios, e três em zonas terrestres. Quatro delas foram inclusas na lista de aves de Angola.
Entre os mamíferos, foram recolhidas 43 espécies, das quais sete morcegos, nove roedores e um musaranho. Destaca-se a recolha do rato endémico angolano. Dados acústicos demonstram a existência de pelo menos 27 espécies de morcegos.