Luanda acolhe reuniões de responsáveis da RDC e do Ruanda

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Luanda vai acolher no próximo sábado a reunião dos ministros dos Negócios Estrangeiros da República Democrática do Congo e do Ruanda, e outra dos responsáveis dos Serviços de Inteligência dos mesmos países, no âmbito dos esforços de Angola para mediação da tensão existente entre os dois estados.

A informação foi avançada pelo Presidente da República, João Lourenço, esta quarta-feira, 2 de Novembro, quando prestava informação sobre as diligências feitas para acabar com a tenção na fronteira Leste da RDC, na reunião da Mesa da Assembleia da União Africana, que decorreu em formato virtual.

João Lourenço informou que estão a ser conjugados esforços no sentido de se pôr cobro a crescente tensão que está a afectar, ultimamente, as relações entre os dois países.

Neste momento, adiantou, não existe ambiente para que as duas partes dialoguem ao mais alto nível, mas entende ser esta a melhor via para pôr fim a tensão.

“A situação é, de facto, bastante tensa e a melhor forma de se baixar a tensão é dialogar. As partes devem dialogar, ou por iniciativa própria, ou por iniciativa de outros Estados, nomeadamente de quem tem a responsabilidade assumida, portanto, a responsabilidade que nos foi conferida pela União Africana de pôr os dois a falar”, referiu.

O Chefe de Estado angolano lamentou a expulsão embaixador do Ruanda na RDC e apelou aos dois países a fazerem contenção nas medidas que cada um pretende adoptar.

“Sabemos que o embaixador do Ruanda na RDC foi expulso. Portanto, é de lamentar. É evidente que a RDC está muito sentida com o que se está a passar no terreno, em seu próprio território, mas acreditamos que deve haver o máximo de contensão nas medidas que, quer um país, quer outro país, devem tomar daqui para frente”, apelou.

Durante a reunião, o Presidente em exercício da União Africana, Macky Sall, encorajou o Chefe de Estado angolano a prosseguir, com firmeza, nos seus esforços de mediação, para que a paz e a estabilidade voltem a reinar entre a RDC e o vizinho Ruanda.

A reunião da Mesa da Assembleia da União Africana, sob orientação do Presidente em Exercício da organização continental, o Chefe de Estado senegalês, Macky Sall, serviu para debater posições comuns para apresentarem na reunião sobre o Ambiente “COP 27”, agendada para o período de 6 a 18 de Novembro em Sharm El-Sheikh (Egipto), e na Cimeira Estados Unidos-África, a ter lugar em Washington DC, de 13 a 15 de Dezembro.

“Durante a reunião sobre o Ambiente “COP 27”, o continente terá uma mensagem clara relativamente as preocupações de África. Preocupações essas que têm a ver com adptação, com a mitigação, com o financiamento e sobretudo, também da questão que já foi levantada em Glasgow, pelo mundo desenvolvido, relativamente às fontes de energia fósseis”, esclareceu o ministro das Relações Exteriores, Téte António.

Os líderes africanos pretendem ainda participar na cimeira com mensagens sobre as consequências da guerra no leste da Europa, sobretudo ligadas à agricultura.

“O que África pretende é ter um investimento volumoso vindo dos Estados Unidos da América, para poder alavancar a agricultura no continente africano, sobretudo no que diz respeito à produção de fertilizantes”, salientou o ministro Téte António.

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