Angola está pronta para a nova aliança
Manuel Augusto diz que Angola está pronta para a nova aliança
O ministro das Relações Exteriores, Manuel Augusto, discursou hoje na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, na conferência anual do Conselho Europeu das Relações Internacionais abordando o tema “África e a Europa num Mundo Multipolar”, considerando que Angola está pronta para a nova parceria entre os dois continentes.
Num painel dirigido por Teresa Patrício Gouveia, ex-ministra portuguesa dos Negócios Estrangeiros e perante uma audiência composta maioritariamente por actuais e antigos responsáveis políticos europeus , além de representantes de organizações internacionais da sociedade civil, Manuel Augusto sublinhou que “a Europa não deve negligenciar a sua vantagem de conhecer melhor África do que qualquer outro continente, podendo desse modo contribuir para a solução de alguns dos principais desafios que enfrentamos”.
Para o ministro angolano das Relações Exteriores, “a migração de e através de África para a Europa complicou a política externa da União Europeia, mas é um assunto que tem de ser tratado numa perspectiva de longo prazo, podendo mesmo contribuir positivamente para os desafios sócio-económicos existentes nos dois continentes”.
Manuel Augusto considerou que é hora de ser criada uma nova estrutura para as relações entre África e a Europa, devido à crescente divisão neste continente que dificulta a percepção sobre a melhor forma de cooperação.
“Embora as relações entre a Europa e África tenham contornos estratégicos para ambos os continentes, estamos inclinados em reconhecer que os ganhos reais são desproporcionais uma vez que continuamos a ser um mero fornecedor de matéria-prima e mercadoria para as principais indústrias europeias”, disse o responsável angolano.
Sublinhando que Angola está pronta para contribuir para a construção da nova aliança entre África e a Europa, Manuel Augusto vincou a ideia de que os dois continentes precisam de encontrar um roteiro de cooperação que permita fortalecer o desenvolvimento sustentável e contribuir positivamente para uma parceria mutuamente vantajosa.
“Alguns países africanos continuam a lutar com o legado do colonialismo, guerra civis, terrorismo, corrupção, falta de infra-estruturas , problemas ambientais e de desenvolvimento, mas também têm um enorme potencial com recursos naturais ricos e uma população jovem”, vincou Manuel Augusto na sua intervenção.
Entre os participantes neste evento estiveram representantes de diversas agências russas e norte-americanas, entre elas a Fundação Open Society através do seu patrono, George Soros.