Memorial da Escravatura tem assinatura Angolana

O projecto ‘Plantação – Prosperidade e Pesadelo’, do fotógrafo e artista Kiluanji Kia Henda, foi o escolhido para a construção de um memorial da escravatura e centro interpretativo junto ao Campo das Cebolas, em Lisboa, após seis sessões públicas de votação.

 O memorial de homenagem às pessoas escravizadas, foi um dos projectos seleccionados do Orçamento Participativo da Câmera Municipal de Lisboa de 2017/2018.

 Segundo o artista, “Plantação – Prosperidade e Pesadelo” pretende tratar da memória da escravidão “enquanto presença de uma ausência”. Kiluanji Kia Henda diz “não acreditar ser possível representar de forma directa e realista tamanho trauma transnacional”.

O projecto irá partir da representação de uma plantação da matéria-prima que esteve na origem do tráfico de pessoas escravizadas: a cana de açúcar, o chamado ouro branco.

Será composto por 540 pés de cana de açúcar em alumínio preto, cada um com três metros de altura e oito de diâmetro. Entre os pés das canas há espaços regulares, cuja intenção é um convite à caminhada e à reflexão.

A construção deste memorial foi aprovada por unanimidade em reunião pública da Câmara Municipal de Lisboa, em 25 de Junho do ano passado, e pretende, além de homenagear as vítimas, “celebrar a abolição da escravatura e do tráfico de pessoas escravizadas”.

De acordo com a proposta, assinada pela vereadora da Cultura, Catarina Vaz Pinto (PS), o projecto foi dotado inicialmente de uma verba de 100 mil euros. No entanto, “face à dimensão e importância da temática”, a câmara decidiu aumentar o montante para 184.500 euros.

Kiluanji kia Henda tem feito um percurso artístico levando, essencialmente, a fotografia como sua disciplina de eleição a vários eventos nacionais e além-fronteiras.

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