Ministro admite dificuldades nas embaixadas

MINISTRO DAS RELAÇÕES EXTERIORES DE ANGOLA, MANUEL AUGUSTO. FOTO: ANTÓNIO ESCRIVÃO

MINISTRO DAS RELAÇÕES EXTERIORES DE ANGOLA, MANUEL AUGUSTO.
FOTO: ANTÓNIO ESCRIVÃO

25 Outubro de 2019 | 16h25 – Actualizado em 25 Outubro de 2019 | 16h25

O ministro das Relações Exteriores, Manuel Augusto, declarou nesta sexta-feira, em Sochi, Rússia, que o Governo angolano está a trabalhar para normalizar as dívidas e os salários atrasados dos funcionários diplomáticos no exterior do país.

Em declarações à Rádio Nacional de Angola, à margem da Cimeira Rússia-África e do Fórum Económico encerrados na última quinta-feira, Manuel Augusto admitiu a existência de dívidas acumuladas na maior parte das embaixadas, por causa da escassez de divisas.

Segundo Manuel Augusto, trata-se de um problema conjuntural, que está a afectar vários sectores do país, mas o seu pelouro tudo está a fazer para normalizá-lo o quanto antes.

Informou que está em curso um trabalho conjunto com o Ministério das Finanças e o Banco Nacional de Angola, para minimizar os problemas de tesouraria nas embaixadas, sublinhando que, no caso da diplomacia, a situação da falta de divisas é mais grave.

“No caso da diplomacia, mais particularmente das embaixadas, essa situação é agravada pelo facto de o apoio financeiro à actividade ter que ser necessariamente em divisas. Nós não estamos fora das restrições”, esclareceu.

Manuel Augusto lembrou que, há dois anos, o Ministério está a levar a cabo um profundo trabalho de redimensionamento e reestruturação das embaixadas, do qual resultou já o encerramento de nove missões diplomáticas e a consequente redução de pessoal.

Para a execução cabal deste trabalho, de redimensionamento e reestruturação, disse ser fundamental a questão das divisas, pelo que apelou ao bom senso da sociedade.

“Para se mandar regressar um funcionário diplomático para Angola é preciso dinheiro. Então, temos que escolher se utilizamos o dinheiro para fazer regressar o funcionário ou para atender as despesas correntes do funcionamento das embaixadas”, apontou.

Em face desse contexto, sublinhou que as notícias surgidas nas redes sociais, sobre a falta de pagamento de salários em algumas embaixadas, não são novas, e só ganharam repercussão pela forma dramática como têm vindo a ser apresentadas.

Reiterou que há um trabalho em curso para ultrapassar a situação e repor a normalidade nas embaixadas e consulados afectados pelo problema da falta de liquidez.

“Temos feito um trabalho muito sério e tido a colaboração efectiva do Ministério das Finanças, fundamentalmente, mas, também, de outros sectores, como o Banco Nacional. Tudo estão a fazer para minimizarmos as consequências danosas desta acumulação de dívida e, ao mesmo tempo, tentarmos criar a normalização”, declarou.

Quanto à participação de Angola na primeira Cimeira dos Chefes de Estado e de Governo Rússia-África e do Fórum Económico, Manuel Augusto considerou extremamente positiva, sublinhando ser uma iniciativa importante dos russos.

Do seu ponto de vista, uma parceria coordenada, entre a Rússia e os países africanos, pode e deve trazer benefícios mútuos, tendo em conta o nível da Rússia em termos económicos, tecnológicos e científicos.

Considerou que a participação dos Chefes de Estado e investidores no evento traduziu-se numa troca de informações, opiniões, discussão de estratégias e programas de desenvolvimento, a nível dos países ou de programas sob a égide da União Africana.

“Angola, quer em termos de membros da União Africana quer enquanto parceiro bilateral da Rússia, considerou a sua participação nesse encontro de muito positiva e espera que dela resultem acções concretas”, exprimiu.

Essas acções concretas, de acordo com Manuel Augusto, devem contribuir para o desenvolvimento económico e social dos países africanos.

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