MINISTRO DE ESTADO DEFENDE ESTRUTURAÇÃO DA PIRÂMIDE DE FORMAÇÃO

Manuel Nunes Júnior, ministro de Estado para a Coordenação Económica Foto: Francisco Miúdo

Manuel Nunes Júnior, ministro de Estado para a Coordenação Económica
Foto: Francisco Miúdo

O ministro de Estado para a Coodernação Económica, Manuel Nunes Junior, incentivou hoje, em Luanda, a estruturação da pirâmide de formação dos quadros no país, em resposta a necessidade de profissionais bem qualificados.

O governante expressou esse desejo em conferência de imprensa, no final de um encontro com uma delegação da União Européia (UE), no âmbito da Implementação do Programa Nacional de Formação de Quadros (PNFQ) e das metas do Plano de Desenvolvimento Nacional (PDN 2018-2022).

De acordo com Manuel Nunes Júnior, o país precisa de licenciados, mestres e doutores, mas precisa muito mais de técnicos bem qualificados, capazes de exercer, de forma competente, uma dada tarefa profissional, sem que tenham necessariamente formação superior.

“Por este motivo, estamos a trabalhar com a UE, na área de ensino técnico-profissional, no sentido de garantir uma melhor qualidade da mão-de-obra e garantir níveis mais altos de empregabilidade dos jovens (….)”, salientou.

Neste âmbito, acrescentou, estão a ser implementadas acções que visam melhorar a formação técnica e pedagógica dos professores, formadores e gestores das escolas do ensino técnico-profissional e dos centros de formação profissional.

Estão ainda a ser melhoradas a qualidade e a relevância dos currículos e das qualificações fornecidas pelas escolas de ensino técnico-profissional e dos centros de formação profissional, tendo como base as necessidades da economia nacional.

Segundo o ministro de Estado para a Coordenação Económica, está em curso também a facilitação e o apoio a transição de “jovens diplomados” do ensino técnico e de formação profissional para o mercado de trabalho, por meio de acções promotoras de empreendedorismo.

Manuel Nunes Junior informou que se está igualmente a estabelecer uma base de dados, para a produção de informação estatística, sobre o ensino técnico e de formação profissional.

Por sua vez, a embaixadora da UE em Angola, Jeannette Seppen, disse que “a cooperação entre a União Europeia e Angola tem futuro, por se tratar de uma aposta de ambos para a formação e qualificação dos jovens, por promover o emprego e a empregabilidade no país”.

O sector técnico-profissional, destacou a diplomata, é muito importante no âmbito do acordo entre ambos para caminharem em conjunto, porquanto a formação é a peça chave da aliança entre África e Europa, para garantir investimentos e empregos sustentáveis, que garantam empregabilidade, de acordo com os objectivos das Nações Unidas 20-30.

“Apesar da situação pandêmica que o mundo está a viver, todos têm que fazer a sua parte, com envolvimento de todas instituições e empresas públicas e privadas”, alertou.

Ministérios unidos na causa

Na ocasião, a ministra da Administração Pública, Emprego e Segurança Social, Teresa Dias, informou que, em parceria com o Instituto Camões e com o “Expert France”, já foi feito um diagnóstico da situação técnico-profissional do país.

Adiantou que estão a ser formados, no SINFOTEC, no distrito urbano do Rangel (província de Luanda), 30 formadores de formadores que vão formar outros mil e 200 em todo o país, com estágios contemplados, financiados com ajuda da UE.

Referiu-se a dupla certificação dos centros de formação, que está em curso com a implementação das cidadelas de artes e ofícios, para a formação do ensino geral e da formação profissional.

Já a ministra da Educação, Luisa Grilo, sublinhou que o foco do seu sector é o ensino técnico-profissional, tendo em conta que a questão do emprego tem a ver com a qualificação da mão-de-obra, daí que o desafio do Executivo é melhorar as competências técnicas, tecnológicas e acadêmicas dos formados.

“Neste momento decorre um exercício para a apresentação de um modelo diferente de funcionamento dos gabinetes, de inserção dos estudantes na vida activa, com as associações sócio-profissionais do sector da indústria, para a empregabilidade dos formandos ou formados e um estágio qualificado”, destacou.

Por outro lado, prosseguiu, estão a ser revitalizados os cursos de formação agrária, com uma avaliação do actual estado das escolas, para a melhoria das mesmas e do seu currículo, bem como dos professores.

Por sua vez, a ministra do Ensino Superior, Ciência, Tecnologia e Inovação, Maria do Rosário Sambo, recordou que o seu sector tem a responsabilidade de garantir professores de qualidade, para todos os sub-sectores de ensino do país para o sucesso do programa.

Reconheceu que a aposta no ensino técnico-profissional, na formação técnica básica e média técnica, é crucial para que, a partir de agora, as instituições de ensino superior progressivamente consolidem a sua capacidade de ministrar formação com conhecimento técnico e de natureza pedagógica.

Este exercício, argumentou, está a ser feito em Luanda, no Instituto Superior das Ciências da Educação (ISCED), na parte pedagógica, e na Faculdade de Engenharia da Universidade Agostinho Neto, para que os formandos estejam capacitados em leccionar nas diferentes áreas das engenharias, importantes para o desenvolvimento de Angola.

“O mesmo processo está a ser realizado no Huambo, com peso para as ciências agrárias, na Faculdade de Ciências Agrárias da Universidade José Eduardo dos Santos, e no ISCED-Huambo, estando a frequentar, actualmente, estes cursos, nas duas províncias, 440 estudantes bolseiros”, citou.

Para o apoio a estas instituições de ensino foram disponibilizados 1.6 mil milhões de Kwanzas.

FacebookTwitterGoogle+