Ministro destaca identidade cultural como garante da soberania

Novo Ministro da Cultura e ambiente, Filipe Zau

O ministro da Cultura, Turismo e Ambiente, Filipe Zau, afirmou, este sábado, em Luanda, que a indentidade cultural de um povo é o seu principal garante de soberania.

Filipe Zau, que falava no acto central  do Dia da Cultura Nacional, disse que  representa uma oportunidade ímpar para reflectir sobre a idiossincrasia sócio-cultural dos grupos etnolinguísticos da sociedade angolana e que são parte das distintas identidades culturais existentes.

Para o ministro, as identidades culturais não devem ser concebidas como rígidas e imutáveis, mas sim como processos de identificação que establecem num determinado tempo e espaço, dando origem a uma sucessão de autocriações constantes que, de uns tempos para outros, se configuram.

Ressaltou que o dia deverá ser também de reflexão sobre o papel das autoridades tradicionais no desenvolvimento sustentado das comunidades rurais e das indústrias criativas capazes de contribuir para o turismo, como forma de apoio à diversificação da economia.

Filipe Zau salientou ser necessário ter sempre em  consideração a dimensão da cultura nos processos de desenvolvimento e, paralelamemte,  dever-se estimular as aptidões criadoras e a vida cultural no seu conjunto.

Acrescentou ser importante neste dia solidarizar-se com todos aqueles que têm o palco como meio de transmitir a sua arte e meio de ganhar a vida nesse momento difícil que o país e o mundo atravessam devido à pandemia da Covid-19.

O ministro encorajou os académicos para o trabalho de investigação científica, para melhor  saber quem são, o que país em que estão e para melhor inferir para onde, juntos, terão de ir de mãos dadas para o futuro.

Explicou que vão continuar a promover e fortalecer a Rede Nacional de Bibliotecas Públicas, escolares, universitárias, comunitárias, facilitar o acesso ao livro e à leitura, para elevar o nível intelectual dos cidadãos, para o exercício da cidadania e para a valorização e validação do patrimônio cultural nacional.

À margem do acto,  no capítulo do turismo, Filipe Zau disse que o país irá beneficiar nos próximos dias de 100 bolsas de estudo, para a formação de técnicos, oferecidas pela Organização Mundial do Turismo.

Adiantou que em Fevereiro deste ano perspectiva-se assinar, em Paris, com a ministra da cultura de França, um acordo de cooperação, visando a formação de técnicos deste sector, pois, para além das belezas naturais, o turismo implica também o melhoramento do funcionamento das instituições, museus, bibliotecas, bem como da actividade artística, como meio de atracção de turistas para o país.

Reconheceu que, com a formação e boas práticas, se aprende e, com a concertação de ideias, se traçam estratégias e planos de acção para o futuro.

O  Dia da Cultura Nacional foi adoptad9 tendo como referência o primeiro discurso sobre Cultura Nacional proferido em 1979, pelo primeiro Presidente de Angola, António Agostinho Neto, durante a tomada de posse do corpo gerente da União dos Escritores Angolanos (UEA).
Com o discurso proferido no dia 8 de Janeiro, ficava estabelecida a data como Dia da Cultura Nacional. Porém, mais do que isso, deixava as linhas orientadoras, que daí em diante, passariam a ser uma referência incontornável no plano cultural.

O primeiro Presidente de Angola e fundador da nação lançava, desta forma, as bases para o desenvolvimento e afirmação da cultura nacional, enfatizando que a “Cultura não pode se inscrever no chauvinismo, nem pretende evitar o dinamismo da vida.

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