Ministros entram em funções

Fotografia: Rogério Tuti

Fotografia: Rogério Tuti

O Presidente da República, José Eduardo dos Santos, conferiu posse ontem aos ministros e entidades por si nomeados na passada sexta-feira.

Numa curta intervenção, no Salão Nobre do Palácio Presidencial da Cidade Alta, o Chefe de Estado recomendou aos novos membros do Governo que elaborem o mais rapidamente possível um diagnóstico dos sectores sob sua gestão e procedam à reestruturação dos respectivos programas.
O Presidente da República conferiu posse aos ministros Paulino Domingos Baptista, da Hotelaria e Turismo, Luís Gomes Sambo, da Saúde, Fiel Domingos Constantino, Comércio, Branca Manuel da Costa Neto do Espírito Santo, Urbanismo e Habitação, e Carolina Cerqueira, Cultura. Também tomou posse Valter Filipe Duarte da Silva como novo homem forte do Banco Nacional de Angola.
O Chefe de Estado deu posse ainda a José Maria Ferraz dos Santos, no cargo de governador da província do Cuanza Norte, e José Manuel Cerqueira, Rui Celso Dias Fernandes da Silva e Joaquim Dumba Malichi, vice-governadores da província de Luanda para o Sector Económico, para os Serviços Comunitários e Serviços Técnicos e Infra-estruturas. Também foi empossado Zaione Xavier Muloueno no cargo de vice-governador da província da Lunda Sul para o Sector Económico.

Melhorar a saúde 

Em declarações à imprensa, o novo titular da Saúde prometeu trabalho para “melhorar a saúde da população”. Luís Gomes Sambo disse que a primeira prioridade nas funções que assume é fazer, juntamente com outros responsáveis do sector, um diagnóstico da situação e estabelecer um “programa de intervenção a título de emergência”. Paulino Baptista aspira ver a breve trecho reforçado o papel do Turismo nas contribuições para as contas do Estado. “Temos que desenvolver programas para dinamizarmos o turismo interno e assim gerar cada vez receitas para que o sector tenha um peso cada vez maior nas receitas públicas”, referiu o novo ministro da Hotelaria e Turismo.

Atacar os problemas

O novo ministro do Comércio considerou que facilmente se percebe de algumas dificuldades no sector. “Faremos um diagnóstico, mas desde logo verificamos mesmo a olho nu que existem problemas que devemos identificar e perceber a sua natureza”, disse Fiel Domingos Constantino, para quem o sector que agora assume, dado o seu papel na economia nacional, ressente-se também do mau momento da economia como um todo.
O economista considerou fundamental perceber que algumas coisas podem não ter directamente a ver com o sector do Comércio e porque economia como um todo está em dificuldades é natural que os demais sectores se ressintam disso. “O comércio como eixo fundamental da economia, a ligação entre a produção, importação e consumo, há-de ressentir-se se houver dificuldade em toda a cadeia. Mas também temos dificuldades que são próprias do sector do Comércio e é com estas que vamos lidar mais directamente”, prometeu. A nova titular do sector do Urbanismo e Habitação destacou o redimensionamento do programa do seu Ministério. Branca do Espírito Santo defendeu uma maior parceria entre os sectores, público e privado, com um papel mais activo da banca, que disse ser a alavanca para que os projectos possam sair do papel.

Cultura de Paz

Carolina Cerqueira disse estar determinada em trabalhar para o desenvolvimento da Cultura, envolvendo o máximo possível os agentes culturais. “Vamos inspirar-nos no Plano Nacional de Desenvolvimento, reajustar os programas, as acções e iniciativas de modo a que as populações se revejam na cultura e beneficiem das suas mais-valias”, disse. “Trabalharemos juntos para harmonizar e enaltecer a nossa identidade cultural, a nossa angolanidade, através de iniciativas de proximidade, tanto a nível local, como comunitário, e num contexto mais vasto nacional, regional e internacional”, defendeu a ministra, que vê no actual quadro do sector uma necessidade imperiosa de se promover uma “cultura de paz e paz na cultura”.
Carolina Cerqueira disse esperar dos actores culturais, da sociedade civil, das igrejas, dos intelectuais, de instituições públicas e privadas, “propostas e sugestões sobre como podemos interagir com a população, para enfrentar com serenidade, confiança e resiliência esses momentos menos fáceis da economia nacional”.

Ajustes pontuais

O novo governador da província do Cuanza Norte também falou à imprensa. José Maria Ferraz disse que o actual quadro económico mundial e do país em particular vai obrigar a que se façam ajustamentos pontuais no programa de desenvolvimento da província.
“Vamos por um lado procurar lançar programas que viabilizem o aumento das receitas fiscais para o Estado, de acordo com o programa do Governo a nível nacional, dar sequência aos programas existentes, ajustando-os à realidade actual, mas a nossa principal bússola de orientação vai ser ajudar a resolver os principais problemas das populações”, defendeu.
O governador do Cuanza Norte convidou os membros do Governo Provincial e a população a entregarem-se ao trabalho, com “unidade, disciplina e autoridade”, de modo a reposicionar a província no trilho do desenvolvimento e assumir um lugar de destaque no Produto Interno Bruto.

Autoridade cambial

O novo homem forte do Banco Nacional de Angola disse que assume funções com a missão de “fazer do Banco Nacional de Angola uma verdadeira autoridade cambial, regulamentar, monetária, e de supervisão”. Valter Filipe Duarte da Silva considerou desafiante  a missão que lhe foi incumbida, pois, como disse, “só o é porque Deus assim quer”.
Especialista em Direito Económico e que em 2012 publicou em livro um estudo sobre supervisão bancária, intitulado “O Banco Nacional de Angola e a Crise Financeira”, revelou que o “Presidente da República quer a prosperidade das famílias e das empresas e isso só se consegue com um sistema financeiro forte”.
“Vamos trabalhar para recuperar e tornar o sistema financeiro forte e pô-lo ao serviço da prosperidade das famílias e das empresas, com ética, com moral, rigor e disciplina”, disse o número um do Banco Central.

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