Negócios italianos vêm de porta-aviões
O porta-aviões italiano Cavour está atracado desde sábado e até terça-feira em Luanda, trazendo a bordo uma imponente exposição do potencial económico daquele país europeu e, também, o pavilhão de Angola premiado na Bienal de Arte de Veneza em Setembro de 2013, numa aproximação destinada à constituição de parcerias com empresas nacionais.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros da Itália disse em comunicado que a exposição inclui sectores representativos da economia daquele país, como a indústria transformadora e tecnológica, e também mostras expressivas da cooperação humanitária.
A diplomacia italiana apontou a presença de dezenas de marcas na exposição, entre as quais a Lamborghini, Piaggio, Federlegno Arredo, Gucci e Valentino.
O comunicado refere ser intenção dos representantes das marcas italianas que viajam a bordo do Cavour aproveitar o momento para estabelecer trocas comerciais e parcerias económicas com os seus congéneres angolanos, assim como apresentar propostas de cooperação ao Executivo.
O navio deixa Angola na terça-feira com destino ao Congo Brazzaville, dando seguimento à viagem pelo Oceano Atlântico iniciada há cinco meses.
A diplomacia italiana afirma no documento que as relações diplomáticas e comerciais entre a Itália e Angola remontam a 1605, com a acreditação da Santa Sé, na época do Papa Paulo V, destacando o facto de o país europeu ter sido dos primeiros da região a reconhecer a independência de Angola, com a abertura de uma embaixada em Luanda logo em Fevereiro de 1976.
O documento destaca a visita realizada em Abril de 2013 pelo Vice-Presidente da República, Manuel Vicente, a Turim, uma região que, diz o comunicado, “tem catalisado a cooperação no domínio económico e no incremento da divulgação da cultura angolana”.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros da Itália recorda, ainda, que os momentos mais relevantes da cooperação bilateral tiveram lugar em 1980, quando uma companhia petrolífera italiana começou a operar em Angola, e em 2011, quando o volume das trocas nos dois sentidos atingiu os 2.000 milhões de dólares (200 mil milhões de kwanzas), com destaque para as exportações angolanas de crude.
Fórum em Roma e Turim
O documento revela que iniciativas de aproximação económica entre os dois países prosseguem em Abril, quando a embaixada de Angola na Itália promove um Fórum Económico em Roma e em Turim, com a participação de vários ministros dos dois países.
Além dos representantes institucionais, o fórum conta com a participação de 200 empresários angolanos e centenas de italianos, em encontros que visam incrementar as trocas comerciais e parcerias de negócios, tal como atrair investimento angolano na Itália e vice-versa.
Os principais constrangimentos para a cooperação bilateral assentam nas dificuldades da concessão de vistos e na participação em concursos públicos, atrasos no desalfandegamento de mercadorias, elevado custo dos hotéis, alimentação e aluguer de viaturas, assim como a exigência de um milhão de dólares como valor mínimo previsto na Lei do Investimento Privado, conclui o documento do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Itália citando empresários dos dois países.