PGR investiga denúncia de desvios na Sonangol

PALÁCIO DA JUSTIÇA (ARQUIVO) FOTO: HENRI CELSO

PALÁCIO DA JUSTIÇA (ARQUIVO)
FOTO: HENRI CELSO

02 Março de 2018 | 12h23 – Actualizado em 02 Março de 2018 | 12h23

A Procuradoria Geral da República (PGR) mandou instaurar um inquérito para apurar a denúncia pública de desvio de fundos na petrolífera angolana Sonangol, anunciou nesta sexta-feira o Jornal de Angola.

O diário indica que o caso, envolvendo o anterior conselho de administração, dirigido por Isabel do Santos, está a ser investigado pela Direcção Nacional de Prevenção e Combate à Corrupção da PGR.

Em conferência de imprensa, o presidente do Conselho de Administração da Sonangol, Carlos Saturnino, revelou na quarta-feira, que a antiga direcção, mesmo depois de já ter sido exonerada, havia transferido, 38 milhões de dólares para a empresa Matter Business Solution, com sede no Dubai.

Carlos Saturnino avançou que a Sonangol gastou, entre Maio de 2016 e Novembro de 2017, cerca de 135 milhões de dólares com os serviços de consultoria.

O gestor considerou os valores “excessivos para os cofres da empresa” e que os mesmos “inviabilizaram a realização de projectos de investimento da concessionária”.

Os dados fazem parte do diagnóstico preliminar da actual gestão, que assumiu os destinos da empresa em Novembro de 2017.

Esse estudo aponta que, além da “má gestão do antigo conselho de administração da Sonangol”, houve “conflitos de interesses com as empresas de consultoria, cujos accionistas faziam parte do conselho de administração da empresa”.

Isabel dos Santos foi nomeada em Junho de 2016, com missão de reequilibrar as contas da concessionária nacional de hidrocarbonetos.

Carlos Saturnino afirmou que, a nível dos recursos humanos, encontrou na empresa uma “situação caricata”.

 “Além da directora dos recursos humanos existia duas outras directoras executivas também para mesma área, com enquadramentos arbitrários na parte profissional e salarial”, denunciou Carlos Saturnino.

O gestor exemplificou que o enquadramento salarial destas pessoas era superior a qualquer membro da comissão executiva de especialidade da Sonangol e superior a dos conselhos de administradores da empresa.

Diante deste cenário, prosseguiu, continua a ser feita a auditoria interna para debelar várias irregularidades e resgatar a imagem da Sonangol junto dos parceiros internacionais.

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