Posse de membros correspondentes da Academia Angolana de Letras

LISBOA: MOMENTOS DA TOMADA DE POSSE DA ACADÉMICA E DOCENTE UNIVERSITÁRIA INOCÊNCIA MATA FOTO: CEDIDA

LISBOA: MOMENTOS DA TOMADA DE POSSE DA ACADÉMICA E DOCENTE UNIVERSITÁRIA INOCÊNCIA MATA
FOTO: CEDIDA

25 Julho de 2019 | 19h12 – Actualizado em 25 Julho de 2019 | 22h59

A académica e docente universitária santomense Inocência Mata tomou posse, esta quinta-feira, 25, em Lisboa, como membro correspondente da Academia Angolana de Letras (AAL) em Portugal.

A cerimónia, presidida pelo também académico angolano Garcia Bires, antigo embaixador de Angola na China, teve como palco as instalações da Embaixada de Angola em Portugal.

Foi igualmente empossada, nas mesmas funções, a poetisa luso-moçambicana e investigadora científica na área das Literaturas Africanas de Língua Portuguesa, Ana Mafalda Leite.

Com a posse das duas académicas, fica preenchido o quadro dos quatro membros correspondentes da AAL em Lisboa, depois de, em 24 de Maio último, terem sido investidos nessas funções os docentes universitários Salvato Trigo e Pires Laranjeira.

Membro correspondente de uma academia ou uma associação é um estatuto de prestígio, um reconhecimento da pessoa pelo que tem feito em prol do estudo e promoção do objecto à volta do qual a academia/associação se institui, mas que não reside no local onde está sediada a instituição.

Em declarações à Angop, Inocência Mata diz-se “lisonjeada” pelo “reconhecimento” dos académicos, escritores, linguistas e professores angolanos, na medida em que faz com “gosto” e “sentido de missão” o seu estudo das literaturas africanas.

Com as novas funções, Inocência Mata promete que continuará a fazer com “mais empenho” o que tem feito, designadamente o ensino de  literaturas africanas, e da angolana, particularmente, além da investigação e divulgação dessa temática.

Da sua actividade, já resultaram vários livros, três dos quais exclusivamente dedicados à literatura angolana, enquanto tem um no prelo, dedicado ao mesmo tema.

Inocência Mata já publicou os livros Literatura Angolana: “Silêncios e Falas de uma Voz Inquieta” (2001) e “Laços de Memória & Outros Ensaios sobre Literatura Angolana” (2006), estes dois esgotadíssimos, e “Ficção e História na Literatura Angolana” (2010/2011) – para além de outras obras em que também aborda a literatura angolana.

Inocência Mata faz questão em publicar as suas obras também em Angola (por exemplo, estas obras são publicadas em Angola e em Portugal).

Natural de São Tomé e Príncipe, também membro da Comissão de Redacção da História da Literatura Angolana, Inocência Mata é especialista em literatura africana e doutorada em Letras pela Universidade de Lisboa, com um pós-doutoramento em Estudos Pós-coloniais pela Universidade de Califórnia, Berkeley.

É membro fundador da União Nacional de Escritores e Artistas de São Tomé e Príncipe (UNEAS), sócia honorária da União de Escritores Angolanos (UEA), membro correspondente da Academia das Ciências de Lisboa – Classe de Letras e da Academia Angolana de Letras.

Em Setembro de 2018, tomou posse como Correspondente da Academia Galega da Língua Portuguesa.

Autora de uma vasta produção literária e científica, tem fortes ligações familiares a Angola, país onde residiu e fez parte dos seus estudos, antes de fixar residência permanente em Portugal, a partir de 1980.

Ana Mafalda Leite nasceu em Portugal, mas viajou para Moçambique, ainda muito nova, onde frequentou a Universidade Eduardo Mondlane, em Maputo.

Depois de uma estadia prolongada naquele país, regressou a Portugal, onde passou a exercer funções de docente na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa.

A Academia Angolana de Letras (AAL) tem como foco questões relacionadas com  o estudo e a investigação da literatura angolana, da língua portuguesa, das línguas angolanas, assim como a relação entre elas.

Com o seu estatuto editado no Diário da República n.º57 III Série de 28 de Março de 2016, a associação privada sem fins lucrativos, de carácter cultural e científico, teve como outorgantes constituintes os escritores angolanos Henrique Lopes Guerra, António Botelho de Vasconcelos e Boaventura da Silva Cardoso.

A academia tem como patrono o primeiro Presidente da República de Angola, Agostinho Neto, e admite como membros os fundadores, efectivos e beneméritos, para além de colaboradores com a categoria de correspondentes, estes últimos podendo ter nacionalidade diferente que as dos restantes membros.

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