PR esclarece deslocação à Namíbia
21 Março de 2020 | 20h49 – Actualizado em 21 Março de 2020 | 20h49
O Chefe de Estado angolano, João Lourenço, esclareceu hoje, em Luanda, que a sua deslocação à Namíbia e a realização de voos para a África do Sul, Brasil e Portugal se enquadram nas medidas excepcionais previstas no Decreto Legislativo Presidencial.
Lembrou que, no âmbito das medidas excepcionais, o Executivo angolano autorizou o envio de aeronaves para transportar cidadãos nacionais que se encontram nas cidades de Lisboa e Porto (Portugal), Joanesburgo (África do Sul) e São Paulo (Brasil), com o risco de ter, entre estes, pessoas contaminadas.
Para o Chefe de Estado, a deslocação à cidade de Windhoek deve-se aos excelentes laços de cooperação e de irmandade existentes entre os dois países e a referida viagem não constitui motivo de alarido, mesmo face à suspensão, oficial, dos voos de e para o exterior do país, como medida de prevenção contra o Covid-19.
João Lourenço justificou que a República da Namíbia registou, apenas, dois casos positivos do Coronavírus há mais de uma semana, razão pela qual não constitui país de alto risco.
“Eu gostaria de dizer que, dos nossos actos, nós procuramos ter a maior responsabilidade possível e quando assinamos o Decreto Legislativo Presidencial abrimos algumas excepções. Como se costuma dizer – não há regras sem excepção – há circunstâncias extraordinárias que podem levar a que as entidades do Estado, (…) possam cumprir determinadas missões no exterior do país”, salientou.
De acordo com o estadista angolano, a cerimónia de investidura do Presidente Hege Geingob decorreu no Palácio Presidencial, de forma restrita, ao contrario do que estava, inicialmente, programado, no estádio de futebol, o que reduziu, substancialmente, o risco de contágio da pandemia.
“A cerimónia de investidura estava prevista para o estádio de futebol, uma vez que o acto coincide com os 30 anos da independência da Namíbia. As autoridades do país tiveram o bom senso de alterar o formato do acto e, dadas as relações privilegiadas, a exemplo do que fizeram o Zimbabué e o Botswana, nós entendemos que tínhamos que encontrar um equilíbrio, por um lado respeitar as medidas que nós próprios decidimos em relação à luta contra o Coronavírus, mas também respeitar e honrar esses laços de irmandade”, frisou.
Considera que as criticas à sua deslocação só demonstram que os angolanos têm liberdade de expressão e seguem os actos do Presidente da República.
Angola registou hoje dois casos positivos do novo Coronavírus (Covid-19). Trata-se de dois angolanos do sexo masculino, com idades entre os 36 e 38 anos, que entraram em Angola nos dias 17 e 18 de Março, vindos de Portugal.