PR felicita homólogo chinês pela reeleição e espera aprofundar relações

JOÃO LOURENÇO, PRESIDENTE DA REPÚBLICA FOTO: FRANCISCO MIÚDO

JOÃO LOURENÇO, PRESIDENTE DA REPÚBLICA
FOTO: FRANCISCO MIÚDO

20 Março de 2018 | 22h40 – Actualizado em 20 Março de 2018 | 22h40

O Chefe de Estado, João Lourenço, felicitou hoje o seu homólogo chinês, Xi Jinping, pela reeleição ao cargo de Presidente da República Popular da China, e espera que as relações entre as duas nações continuem a aprofundar-se, na perspectiva de que se alarguem para outros sectores.

João Lourenço considera a recondução de Xi Jinping “uma inequívoca demonstração do amplo apoio” de que beneficia do povo chinês, que reconhece em si as qualidades e virtudes necessárias, para fazer face e vencer os desafios que se colocam no caminho rumo a etapas superiores de desenvolvimento.

“Estou certo de que as relações entre Angola e a República Popular da China, sob este novo mandato de Vossa Excelência, vão continuar a aprofundar-se e na perspectiva de que se alarguem também para sectores que as tornem cada vez mais dinâmicas, em prol do progresso e do bem-estar dos nossos respectivos povos”, reforça o Presidente angolano em nota de imprensa.

Entretanto, as relações entre Angola e China datam de 1983, tendo este ano assinalado 35 anos. Ao  nível da África Austral o maior parceiro comercial africano (desde 2007) deste Estado asiático, com quem coopera nos domínios militar, agrícola, académico, agro-industrial, infra-estrutural, petrolífero e tecnológico.

Um acordo para a facilitação de vistos em passaportes ordinários foi rubricado em Janeiro deste ano, em Luanda, entre os chefes das diplomacias de Angola, Manuel Augusto, e da República Popular da China, Wang Yi, no quadro do reforço da cooperação bilateral entre os dois países.

De resto, Angola está entre os países do continente africano que beneficiou da maior fatia dos financiamentos dos bancos públicos chineses, ao receber quase nove mil milhões de dólares desde 2000, segundo um estudo feito pela Universidade de Boston.

De acordo com o Global Development Policy Center, um centro de análise que funciona na universidade, o continente africano é o que mais recebeu, em 2017, financiamentos dos dois bancos de desenvolvimento chineses que funcionam como o braço financeiro da diplomacia da China, tendo sido receptor de 6,8 mil milhões de dólares, quase 25% do total de 25,6 mil milhões de dólares.

Desde o princípio deste século, África já recebeu quase 35 mil milhões de dólares em financiamentos chineses na área da energia, o que, apesar de ser menos que os 69 mil milhões canalizados para a Europa e Ásia Central, os 62 mil milhões para a América Latina e os 60 mil milhões para Ásia, mostra bem o interesse chinês neste continente.

Na semana passada, a Assembleia Nacional Popular (ANP) emendou a Constituição e aboliu o limite de dois mandatos presidenciais – de cinco anos cada – na China. A emenda também introduziu na Constituição o “Pensamento Xi Jinping” e, em seu artigo primeiro, o “papel dirigente” do Partido Comunista Chinês.

Xi Jinping tornou-se assim o presidente chinês com o maior poder em quase três décadas e poderá permanecer no comando do país além do período do actual mandato, que termina em 2023.

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