PR quer conhecimento francês na agricultura angolana

FOTO: LINO GUIMARÃES

FOTO: LINO GUIMARÃES

29 Maio de 2018 | 20h37 – Actualizado em 30 Maio de 2018 | 04h25

O Presidente da República, João Lourenço, afirmou hoje, em Castelnaudary, arredores de Toulouse, que falta a Angola o conhecimento e o investimento franceses para desenvolver o sector agro-industrial no país.

Diante de empresários do ramo e responsáveis da cooperativa agrícola Arterris, o chefe de Estado reconheceu que Angola, embora tenha solos aráveis, clima tropical e água abundante, tem possibilidades de um dia ser grande produtor.

Depois de ouvir e receber explicações do prefeito da região de Aude em Toulouse, Alain Thirion, durante a sessão audiovisual exibida no anfiteatro do Grupo Arterris, João Lourenço disse aos presentes na sala que a “agricultura hoje se faz com profissionalismo”.

Segundo o Presidente, “não basta ter enxada na mão”, pois só com ela “o rendimento que se tira nem sequer serve para alimentar a família”, por isso “é preciso conhecimento, organização, investimento” das cooperativas.

João Lourenço acredita que o país pode chegar aos patamares exibidos pela cooperativa agrícola, desde que sejam cumpridos os requisitos profissionais de uma actividade que se quer rentável e responsável.

“Vamos trabalhar para que um dia alcancemos também esse nível de investimento e organização que vocês têm nesse momento. Um país é independente quando come aquilo que produz”, reforçou.

Sob olhar atento dos principais empresários franceses do ramo da agricultura na sala, o Presidente da República referiu que se pode importar calçados e máquinas, mas quando se busca de fora a comida é porque se é demasiadamente dependente.

Empresários franceses dispostos a ajudar Angola

Se no primeiro dia da visita oficial a França, João Lourenço recebeu todo o apoio do seu homólogo gaulês Emmanuel Macron face às reformas iniciadas no país, hoje foi a vez dos empresários.

A Associação dos Empresários Franceses em Angola (AEFA) acolheu com agrado o convite para o crescimento do país, considerando que está aberta para investir em todos sectores económicos.

De acordo com Frederico Crespo, presidente da AEFA, a instituição empresarial vai colaborar com as autoridades para o desenvolvimento de Angola, referindo que o primeiro passo será a aposta na formação para que a cooperativa funcione no país.

Avançou que até final deste ano várias empresas francesas irão para Angola para propor seus serviços, pois já têm o financiamento da Cooperação Francesa e da Agência Francesa para o Desenvolvimento, estimado em mais de 100 milhões de euros.

Daqui para frente, acrescentou, a associação quer passar das palavras aos actos, por isso acredita que a cooperativa de empresas é a solução para Angola, além das grandes fazendas e investidores.

Crespo disse, à saída do anfiteatro do Arterris onde o Presidente João Lourenço convidou a classe para apostar no agro-negócio,  ser preciso arranjar trabalho para as populações e agricultores angolanos.

Aconselhou os camponeses a organizem-se em cooperativas para que as famílias se desenvolvam. “Não pode ser só a grande agricultura. A pequena e a média agricultura são a chave do desenvolvimento de Angola”, rematou o responsável máximo da AEFA.

Nesta visita oficial de João Lourenço a França a convite de Emmanuel Macron, mais de oitenta empresas gaulesas do topo manifestaram investir em Angola, depois de terem recebido informações sobre as mudanças em curso no país.

O presidente francês disse no Palácio do Eliseu, segunda-feira, que apoia a luta contra a corrupção, a facilitação de vistos para os empresários, homens de negócios ou assalariados e a reforma do quadro do capital da economia que permite limitar os constrangimentos e a abrir-se aos parceiros, investidores.

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