Presidente angolano apela ao cessar-fogo no conflito Rússia/Ucrânia

O Presidente da República, João Lourenço, apelou, esta segunda-feira, em Lisboa (Portugal), a um cessar-fogo imediato no conflito entre a Rússia e a Ucrânia.

De acordo com o Chefe de Estado angolano, que discursava na cerimónia de abertura da Conferência Internacional sobre os Oceanos, o conflito entre os dois países europeus está a causar uma crise alimentar global, pela escassez de cereais, de fertilizantes e de oleaginosas para a produção de óleo alimentar, devido ao bloqueio dos portos  ucranianos do Mar Negro.

Para João Lourenço, a União Europeia, as Nações Unidas e, de uma forma geral, toda a Comunidade Internacional, devem priorizar e concentrar os seus principais esforços na busca de um cessar-fogo imediato e incondicional, seguido de negociações com as partes consideradas importantes, para se alcançar e construir uma paz que seja verdadeiramente duradoura para a Europa e o resto do mundo.

“Num momento em que não se conseguiu ainda superar a tensão reinante no sudeste asiático, na península coreana, nem no Golfo Pérsico, qualquer uma delas com potencial de evoluir para uma confrontação nuclear, o mundo já não suporta o eclodir e manutenção de um novo conflito em pleno coração da Europa, pelas consequências que tem para a economia global mas, sobretudo, para a paz e segurança mundial”, reforçou.

O conflito na Ucrânia começou a 24 de Fevereiro deste ano, com o início de uma operação militar russa no território ucraniano. A Rússia diz tratar-se de uma operação destinada a  desmilitarização e assegurar que Kiev não insiste na adesão à Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO).

Este aspecto é considera por Moscovo como parte das suas garantias vitais de segurança nacional, criticando o avanço desta organização de defesa para junto das suas fronteiras, agregando os antigos membros do Pacto de Varsóvia, organização que também colapsou com a extinção da URSS, em1991.

De acordo com Moscovo, ela visa ainda garantir o reconhecimento de Kiev da soberania russa da Península da Crimeia e ainda a independência das duas repúblicas do Donbass, a de Donetsk e de Lugansk, de maioria russófila, que o Kremlin reconheceu em Fevereiro.

Do lado ucraniano, a visão é totalmente distinta e o Presidente russo é acusado de estar a querer reintegrar a Ucrânia na Rússia como forma de reconstruir o “império soviético”, que se desmoronou em 1991.

Até ao momento, de acordo com dados das Nações Unidas, o conflito provocou a morte de mais de 3.123 pessoas.

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