Presidente João Lourenço encoraja produção de alimentos
O Presidente da República, João Lourenço, encorajou, nesta quinta-feira, os empresários angolanos e estrangeiros a manterem a aposta na produção de alimentos no país, tendo em vista contrapor os altos custos de importação dos mesmos.
Ao falar após a inauguração de uma Fábrica de Produtos a Base de Carne, denominada “Quinta de Jugais”, sublinhou que os empresários que investem no país devem também apostar na produção agrícola e com isso potenciar a produção industrial.
Para João Lourenço é preciso que haja correspondência entre o que se produz no campo e o que se transforma na indústria.
Alertou que as unidades como a recém inaugurada só sobrevivem se tiverem o produto localmente para transformar, caso contrário vai continuar a importar ou falir.
Gado proveniente do Tchad
O Presidente da República afirmou que o processo de recepção do gado proveniente do Tchad vai continuar, mas em outras condições.
“Tão logo o sector da agricultura diga que é chegado o momento para retomar, o processo vai continuar”, esclareceu.
Angola recebeu do Tchad, desde Dezembro de 2020 a Junho de 2021, cerca de mil e 900 cabeças de gado bovino.
Apesar de grande parte dos animais terem morrido, no Planalto de Camabatela, província do Cuanza Norte, o Chefe de Estado negou que as causas tenham sido falta de adaptação ao clima e ao terreno.
Disse que o “gado africano” tem muito maior probabilidade de sobreviver em Angola e o que aconteceu, talvez, foi que os beneficiados não estavam, na altura, suficientemente preparados para receber os animais.
Referiu que Angola precisa de fazer o repovoamento pecuário, especificamente do gado bovino e tornar o país auto-suficiente na produção de carnes.
Indústria do Curtume
Por último, apelou aos investidores privados, nacionais e estrangeiros, a começarem a pensar na indústria do curtume, pois no gado deve-se aproveitar tudo.
“Estamos a desperdiçar as peles desses animais o que é mau para o meio ambiente e se perde um recurso importante” , concluiu.
Localizada na Zona Económica Especial (ZEE) Luanda-Bengo, em Viana, arredores de capital angolana, a unidade tem como objectivo a produção de charcutaria, com base na transformação de carne suína e de aves.
Numa primeira fase a fábrica, de direito angolano, vai produzir para colmatar a disponibilidade de consumo desta categoria de produtos por parte dos consumidores do mercado angolano, actualmente suprida, em grande parte, pelo recurso à importação.
Com capacidade instalada de processamento de carnes de 800 toneladas por mês, a unidade vai apostar, numa fase posterior, na exportação dos seus produtos para os países vizinhos.