Sobe oferta imobiliária
O Programa Nacional do Urbanismo e Habitação prevê colocar à disposição da população, até 2017, cerca de 213 mil casas e 14 novas centralidades para reduzir o défice habitacional no país, revelou, ontem, em Luanda, o ministro da Administração do Território.
Bornito de Sousa falava no encerramento da “Conferência Internacional do Imobiliário” e sublinhou que o planeamento, o financiamento e a construção das centralidades constituem oportunidade viável para as famílias comprarem casa e viverem de forma condigna.
Os esforços do Estado no domínio habitacional contam com o concurso da iniciativa pública e privada, em áreas como o loteamento urbano e a autoconstrução dirigida, que exigem maior envolvimento e desenvolvimento da indústria de materiais de construção, acrescentou o ministro da Administração do Território.
Com estes projectos habitacionais, adiantou Bornito de Sousa, é possível melhorar significativamente as condições de habitabilidade, educação, assistência médica, cultura, ambiente e saneamento básico, bem como desenvolver a economia local e atingir resultados na melhoria dos padrões de vida.
O ministro da Administração do Território reconheceu que a experiência obtida nas centralidades do Kilamba, Sequele e Nova Vida revela insuficiências que urge ultrapassar ou corrigir. “A experiência mostra que mais complexo do que construir é, muitas vezes, manter a qualidade e as condições aceitáveis de habitabilidade das cidades e centralidades”. Os moradores das centralidades e das cidades querem um serviço administrativo moderno, acessível, célere e próximo, bem gerido e com uma prestação de serviços adequada nas áreas da educação, saúde e assistência médica, explicou Bornito de Sousa.
Governantes, empresários nacionais e estrangeiros e académicos que participaram na Conferência Internacional do Imobiliário reflectiram sobre a “Sustentabilidade económica e Financeira dos projectos habitacionais”, a “Dimensão e sustentabilidade do projecto Alta de Lisboa” e o “Modelo de gestão e manutenção da Urbanização Nova Vida”.
Estabilidade das famílias
O ministro do Urbanismo e Habitação, José Silva, considerou, ontem, em Luanda, as condições de habitabilidade como elementos essenciais para a coesão e estabilidade das famílias.
José Silva falava na “Conferência Internacional do Imobiliário”, que decorreu sob o lema “Projectos Habitacionais-Desafios e Sustentabilidade na Construção e Manutenção”, promovido pela Imogestin no quadro dos seus 17 anos de existência. O ministro do Urbanismo e Habitação defendeu a necessidade de se prosseguir com medidas de reforma do arrendamento urbano com a sua dinamização.
“O baixo poder aquisitivo de segmentos consideráveis de cidadãos e as dificuldades no acesso ao crédito para aquisição da casa própria impõem que se encontrem ofertas habitacionais opcionais, cuja viabilidade passa pelo arrendamento”, disse José Silva, para quem as realidades sociais e demográficas do país devem cada vez mais estar reflectidas no novo desenho urbano.
O percurso do país relativo à produção habitacional é absolutamente notável, importa prosseguir este caminho tendo em consideração o défice habitacional ainda existente, que se calcula em aproximadamente 1,5 milhões de habitações, disse o ministro do Urbanismo e Habitação.
“O crescimento económico de Angola, tendencialmente concentrado no litoral e nas principais cidades, perspectiva para 2020 uma taxa de urbanização de cerca de 72 por cento e calcula-se que 60 por cento da população angolana viva em centros urbanos”, concluiu.