Sonangol deve USD 1,3 mil milhões ao Estado
28 Fevereiro de 2018 | 16h29 – Actualizado em 28 Fevereiro de 2018 | 20h17
Quarenta e cinco milhões de dólares (USD) são pagos mensalmente ao Estado Angolano, pela Sociedade Nacional de Combustíveis de Angola (Sonangol E.P), no quadro da dívida da empresa, em impostos, avaliada em USD 1,3 mil milhões.
O dado foi avançado em conferência de imprensa, nesta quarta-feira, pelo presidente da petrolífera angolana, Carlos Saturnino, que disse terem pago, em 2017, todos os atrasados relacionados com os impostos ligados ao IRT e outras despesas para-fiscais.
Em 2016, a dívida da Sonangol era de USD 9,8 mil milhões (incluía pagamentos a fornecedores e impostos), mas reduziu em 2017 para USD 4,8 milhões, fruto da disponibilidade injectada pelo Estado.
A nova administração da petrolífera, liderada por Carlos Saturnino, nomeado em Novembro de 2017, pelo Presidente da República, João Lourenço, encontrou a companhia com sérias debilidades de gestão.
A anterior administração de Isabel dos Santos, segundo Carlos Saturnino, enveredou por práticas “não recomendáveis pelos manuais modernos de gestão, ao fazer contratos que beneficiavam as empresas e os membros do conselho, gerando conflito de interesses”.
Quando assumiu a Sonangol, o novo PCA disse ter priorizado a realização de um diagnóstico do estado real da empresa, pelo que agora trabalha na reestruturação da companhia e no resgate da imagem da concessionária nacional junto dos parceiros internacionais.
Para demonstrar a normalização da relação com os credores, Carlos Saturnino informou que as receitas totais arrecadadas em Janeiro de 2018 totalizaram USD um bilião e 158 milhões, dos quais USD 834 milhões e 586 mil serviram para o pagamento da dívida.
Outro desafio a que se propôs a nova administração foi melhorar a relação com as multinacionais que operam em Angola e em resultado disso já assinou acordo com a ENI, no domínio da refinação, e com a Total, para o desenvolvimento de campos petrolíferos em águas ultra-profundas.
Angola é o segundo maior produtor de petróleo da África a Sul do Shara, depois da Nigéria, com uma produção média de 1,6 milhões de barris/dia.