Transportação do minério da RDC traz vantagem para Angola
04 Março de 2018 | 15h15 – Actualizado em 05 Março de 2018 | 11h17
O reinício nesta segunda-feira, 05, da transportação de minérios da RD Congo (RDC) para o porto do Lobito, através do Caminho-de-Ferro de Benguela (CFB), é uma vantagem para Angola, a julgar que os valores a arrecadar podem contribuir para o desenvolvimento desta região, disse hoje, domingo, no Luau, a administradora adjunta local, Nora Mahongo.
Em declarações à Angop, a responsável considerou de mais-valia a reactivação da operação paralisada há muitos anos, por constituir uma das formas de contribuir na diversificação da económica angolana.
“Com a circulação do minério nessa via, o governo angolano fica a ganhar com as receitas a serem arrecadas, fruto da comercialização do produto no porto do Lobito aos países do ocidente”, referiu Nora Mahongo, insistindo que isso pode também ajudar o rápido desenvolvimento do seu município.
Fez saber que o anúncio da reactivação do processo aumentou a expectativa da população local, aguardando que os resultados deiam lugar à construção do porto seco da região para permitir a fluidez do comércio transfronteiriço.
Em relação aos preparativos da construção do porto seco, disse ter já identificado o lugar onde poderá ser erguido e que neste momento a municipalidade aguarda pela empresa seleccionada pelo Ministério dos Transportes e o Conselho de Administração do CFB, cujo nome não foi revelado, para concentrar o material e dar início dos trabalhos.
Quanto ao comércio fronteiriço, referiu que apesar de não se comercializar produtos industriais de grande porte, o município continua a registar a venda dentro da normalidade, sendo a farinha de trigo, óleo vegetal, açúcar, leite, sal e peixe congelado, os produtos que mais circulam no sentido ascendente, Angola–RDC, enquanto os tecidos, telemóveis, calçados, o bombo, hortícolas, entre outros produtos agrícolas fluem no sentido descendente, RDCongo–Angola.
A responsável explicou que a fronteira tem sido aberta dois dias por semana, sendo terça e sexta–feiras, para a realização das trocas comerciais entre os povos de ambos os países.
Por seu turno, a estudante Cristina Upite, de 23 anos de idade, disse que o acto complementa a intenção do executivo angolano que visa a integração do país com o resto dos países da região, augurando que os resultados tragam benefícios para todos os angolanos.
O funcionário público Adelio Vumbi Catonde aferiu que a transportação de minério da RD Congo, para além de consolidar as relações de amizade entre os dois países, constitui um importante passo na estabilização da economia nacional.
O comboio inaugural, transportando 50 contentores com mil toneladas de manganês, vindo da região mineira de Kisenge, província de Katanga, chega nesta segunda-feira à estação ferroviária do município fronteiriço do Luau, província do Moxico, leste de Angola.
Para testemunhar a operação, o porta-voz do CFB, António Hungulo, disse a imprensa que será realizada na estação do Luau uma cerimónia da chegada do comboio que contará com a presença dos ministros dos Transportes de Angola e da RD Congo, Augusto Tomás e Brain Mashimba, respectivamente, e o governador da província do Moxico, Manuel Gonçalves Muadumba.